ESTAREI ABORDANDO AQUI O ASSUNTO PRINCIPAL DO DIA RESUMIDAMENTE COMO UM LEAD E TAMBÉM ESTAREI COLOCANDO AQUI ALGUNS TRABALHO QUE FAÇO NA FACULDADE E PODE AJUDAR VOCÊS A FAZER OS SEUS TAMBÉM.
domingo, 3 de maio de 2015
Gangues juvenis e violência urbana na Nicarágua
Quem e por que?
Rodgers aponta que poucos jovens em cada bairro periférico são membros de gangues. Numa população de aproximadamente 600 jovens do sexo masculino entre 7 e 24 anos, cerca de um sexto era ‘pandillero’. O autor não vê relação entre a pobreza e a entrada na gangue no nível micro. Mesmo considerando que o retorno dos ‘pandilleros’ por furtos leves e roubos é de cerca de $40 a $60 dólares por mês, as necessidades financeiras não seriam uma explicação primária para a procura da gangue.
Outros fatores típicos do estereótipo do ‘pandillero’ como família formada por apenas um parente, deslocamento (resultado da migração internacional, que é extremamente alta na Nicarágua hoje) e violência doméstica também não seriam justificativas para a entrada do jovem numa gangue. A única questão que afeta sistematicamente a busca dos jovens por uma gangue seria, segundo Rodgers, se a família do jovem é evangélica ou não. "Jovens evangélicos jamais ingressam numa ‘pandilla’", afirma o artigo.
"Os pandilleros dizem que um jovem se torna um membro de gangue se ele tiver ‘la onda’. Neste contexto, ‘la onda’ significa algo como o "espírito" ou o "ethos" ou um jeito de ser. É uma combinação de aspectos como uma forma própria de se vestir, de falar (com gírias), e de agir (enfrentar o perigo, usar drogas). Entretanto, é algo mais que apenas roubar e se drogar ou ser um delinqüente juvenil. Está ligado a uma associação e uma identidade com o seu ‘barrio’ (bairro, gueto) e estar pronto para defendê-lo e aos seus habitantes. Os pandilleros se ajudam uns aos outros, mostram solidariedade internamente, confiam uns nos outros. Tudo isso é raro no contexto da sociedade atual da Nicarágua".
A gangue e a comunidade
Para habitantes locais do bairro, a ameaça de violência está ligada basicamente às gangues de outros bairros; as gangues locais muitas vezes até protegem os moradores. Esta ambigüidade aponta para um fato fundamental a respeito das pandillas, que as diferencia de outras fontes de violência na região: ao mesmo tempo em que as gangues contribuem para as causas violentas do colapso social da Nicarágua, elas também podem ser vistas como uma tentativa de recriar este tecido social ‘rasgado’.
Rodgers acredita que "mesmo as guerras entre pandillas podem ser vistas como um fomento à noção de identidade coletiva, pois os conflitos também servem para unir as pessoas em grupos. No contexto ambíguo e volátil da Nicarágua dos dias atuais, as pandillas podem ser consideradas como uma reação da juventude descontente à fragmentação da sociedade nicaragüense."
Tirando proveito do potencial das pandillas
Para o autor, qualquer tentativa de se aproveitar o potencial que as pandillas representam para deter a erosão social da Nicarágua deve levar em consideração o seguinte:
Qualquer trabalho com pandillas deve ser em nível local, de bairro;
A natureza específica de cada pandilla e bairro tem que ser levada em conta;
O projeto voltado para uma pandilla precisa envolvê-la como grupo, porque as gangues correspondem à necessidade de socialização coletiva que é natural nos jovens.
Algumas iniciativas de paz fracassaram porque não levaram em conta a natureza e as necessidades das pandillas e seus membros. Isso demonstra a desinformação — e sua ampla disseminação —que há por trás dos estereótipos.
( Autoria: comunidade segura e Dulce Leite)
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